Atualmente no ar, na reprise da novela "Malhação - Viva a Diferença", você está tendo a oportunidade de reviver uma personagem protagonista marcante em sua carreira. Como foi essa experiência?
Foi um pouco diferente. Apesar de ainda me lembrar de muitas falas e falar junto,ainda parece tudo novo! Com o tempo a gente vai ficando um pouco mais auto crítica, acredito que seja natural, não somos mais adolescentes, né? Mesmo que para atores isso nunca vai passar, ao meu ver. Temos que aprender a cada dia de gravação, a cada cena e a cada personagem. É bom poder acompanhar novamente, ver o quanto evoluí enquanto atriz e o quanto ainda preciso buscar. Mas entender a potência dessas cinco juntas, da amizade feminina é com certeza de arrepiar. Eu quero muito ser amiga das Five e eu tenho minhas five da vida real também!
2- Após ter vivido a Ellen, em Malhação, o que você pode dizer sobre o seu crescimento artístico?
Com a Ellen ou Pós?
Foi uma virada arrebatadora pra mim no campo artístico e pessoal. A Ellen é um presente como minhas outras personagens fortes e determinadas. Ela foi minha primeira personagem na televisão aberta em novela, então artisticamente tive muito a aprender. O modo de filmagem que é outro, a dinâmica, o fluxo que é muito maior e a produtividade também. Ela me deu a oportunidade de conhecer mais sobre mim mesma. Após malhação eu tive oportunidades muito enriquecedoras de trabalho, como por exemplo os dois capítulos em que estou de "Carcereiros". Lá tive contato com um universo totalmente diferente. A Juçara era mãe, dependente química e estava encarcerada. Foi muito importante construir essa personagem e muito difícil também. Eram poucas cenas para passar a mensagem dessa mulher tão densa. Falar sobre encarceramento no Brasil é necessário. Sobretudo, sobre as mulheres. Porque, em geral, elas cometem delitos para ajudar ou proteger seu parceiro. Depois de presas, na maioria das vezes e diferente do que acontece com os homens, essas mulheres ficam abandonadas por eles. Não é o caso da Juçara, mas é claramente um assunto tratado na série com direção Geral do Belmonte!
3- Na série "As Five", da Globoplay, ainda com estreia prevista para o segundo semestre você viverá a Ellen Rodrigues. Conte nos sobre essa nova personagem?
Ela não é tão nova assim. É a Ellen de Malhação Viva a Diferença, porém 6 anos mais velha. Ela continua sendo a guerreira gênia com todas as suas questões. Mas falando de "As five", a série mostra o começo da vida adulta, um momento onde você já não é mais adolescente e ainda não é adulto, mesmo que para a Ellen essa maturidade tenha chegado muito cedo. Nessa fase, ela está vivendo um momento novo em que foi estudar fora do país sozinha, então teve que lidar com tudo que significa ser estudante imigrante, mulher e negra. Mas ela é muito inteligente, esforçada, teve essa oportunidade e agarrou. A "nova" Ellen é mais madura e lida com suas questões de forma diferente.
4- Você já viveu alguma personagem que tivesse muito a ver com você?
Tive a sorte, graças ao Cao e muitos outros diretores e autores queridos de ter grandes oportunidades.Somos mulheres né? E negras. (Eu e as personagens) Têm questões que independente do contexto social e região vão ser as mesmas. Isso me aproxima naturalmente muito delas. A Ellen é, de fato, a personagem que mais vai de encontro a mim. Pensamos muito parecido mesmo que no fim eu traga, na maioria das vezes, um sorriso largo, que a Ellen foi aprendendo a soltar com as amigas.
5- Na próxima novela das 18h, Nos Tempos do Imperador, você viverá sua primeira vilã, a Zayla. Como está a ansiedade? Como você está se preparando? Alguma referência de vilã?
A ansiedade existe, impossível negar, mas só me dá mais gás pra me dedicar aos estudos. É uma obra de época então temos muito conteúdo para ler e pesquisar. È assim que estou me preparando, me concentrando em mergulhar no universo. Não tenho buscado nenhuma referência de vilã. Eu pretendo construir uma personagem humana, com as nuances que todos nós temos, entre luz e sombra.Acredito que o que preciso virá daí. Me conectado comigo mesma, com o contexto histórico e dialogando com
pessoas que entendam sobre o assunto. Preciso ouvir dos autores e direção um direcionamento para depois entrar na prática de construção, além de acompanhar de perto do trabalho da Alana Cabral, que é incrível, para podermos criar uma só linha para a mesma personagem nas duas fases.
6- Como está sendo sua quarentena? Como você está aproveitando esse momento de isolamento social?
Eu tenho estudado, comido e orado demais. Aproveitei esse tempo para ler muito, me reconectar comigo mesma e estudar para o próximo papel. Também tenho estudado o comportamento humano. Sem falar nos filmes e séries. Quero ser diretora também, então é muita coisa para ver. Nas horas vagas, tenho me dedicado a cozinha, idiomas novos e o pequeno cãozinho que meu irmão nos deixou quando se mudou. Estou tentando me tornar vegetariana, aos poucos. Então tenho aproveitando para ler muito sobre o assunto e me aventurar na nova culinária. Rs
Nenhum comentário:
Postar um comentário